quarta-feira, 6 de março de 2013

AINDA QUE DEMORE, CONTINUE ESPERANDO.





Ás vezes temos pressa de menos. Outras vezes temos pressa demais. Em algumas ocasiões, Deus nos apressa. Em outras, Ele nos manda abandonar a pressa.

Por um lado, somos demorosos nas tomadas de decisão mais difíceis e na negação da vontade própria. Por outro, não sabemos esperar calmamente os frutos da obediência, o momento de alívio, o galardão final nem o retorno de Jesus em poder e muita glória.

Mas, desde a queda, somos obrigados a esperar. A serpente já feriu o calcanhar do descendente da mulher (Gn. 3.15), mas ainda não vemos toda a cabeça da serpente esmagada (Rm 16.20). Jesus venceu a morte, mas ela ainda é o “rei dos terrores” (Jó.18.14), aquele monstro “cujo lábio inferior toca a terra e o superior, o céu, de modo a engolir tudo”.

Uma das mais bonitas palavras de encorajamento na prática da espera encontra-se no livro do profeta Habacuque: “A visão escrita claramente em tábuas guarda um tempo designado: ela fala do fim, e não falhará. Ainda que demore, espere-a: porque ela certamente virá e não se atrasará” (Hc 2.3. NVI).

O importante é que as promessas de Deus existem. E “é impossível que Deus minta” (Hb. 6.18). Essa impossibilidade de mentir faz parte da natureza divina: “Deus não é homem para que minta” (Nm. 23.19). A impossibilidade é mais estrutural do que ética. Quem faz a promessa é “o Deus que não pode mentir” (Tt. 1.2).

A demora é uma questão relativa. O próprio Jesus garante que Deus fará justiça aos seus escolhidos, “embora pareça demorado em defendê-los” (Lc 18.7). Além da arte de esperar, precisamos aprender a arte de tomar posse daquilo que Ele realmente promete, mesmo sem ver com os olhos naturais e sem agarrar com as mãos.

A exortação de Habacuque nos diz respeito: Ainda que a cessação da dor, a ressurreição, a plenitude da salvação, a apoteose, os novos céus e a nova terra, a vida eterna demorem, espere-as: porque elas certamente virão e não se atrasarão. Na verdade, “temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura”, aqui e além do véu (Hb. 6.19 NVI). A âncora é o símbolo clássico e universal da estabilidade.


ultimato/pastorais.33/mai/04.
Transcrito.

Pr. Fernando Ribeiro de Andrade.

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